Sonda Philae
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Cientistas correm para extrair o máximo de dados possível antes que sonda Philae “morra”

Cientistas da ESA, a Agência Espacial Europeia, estão enfrentando sérios problemas com a sonda Philae, que aterrissou no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko na última quarta-feira, 12 de Novembro de 2014. Eles estão realmente correndo, visando obter o máximo de dados possível antes que a sonda “morra”, “apague”.

Ao que parece, a sonda se encontra a uma distância de cerca de 1KM do local previsto, do local onde ela deveria estar posicionada. Philae está em uma posição, além disso, não muito favorável (um de seus 3 pés não está no solo), e para piorar ainda mais as coisas, existe uma parede rochosa próxima a ela que provoca uma sombra e, assim, limita a luz solar recebida: segundo os cálculos, são apenas 90 minutos de luz a cada 12 horas.

Sonda PhilaeComo podemos perceber, a sonda está recebendo pouca luz solar em seus painéis, e segundo os cientistas, sua bateria pode se esgotar em menos de dois dias. A ESA considera agora movimentar o robô para algum local onde ele receba mais luz, mas também sabe que este é um plano arriscado.

Mesmo assim, a Agência Espacial Europeia considera a missão um sucesso. Esta é a primeira vez que uma sonda aterrissa em um cometa, como parte de uma missão que durou mais de dez anos.

A nave Rosetta foi lançada em 2004, e após a aterrissagem da sonda Philae no 67P/Churyumov-Gerasimenko, oito dos instrumentos científicos à bordo enviaram dados científicos diversos que também contribuem para o otimismo diante da adversidade por parte dos cientistas.

Os problemas enfrentados durante esta “corrida” em busca de informação também têm a ver com imagens. Os cientistas em Darmstadt, na Alemanha, responsáveis pelo controle da câmera OSIRIS montada no veículo espacial Rosetta encontram dificuldades diversas enquanto escaneiam as imagens.

A Philae, segundo eles, ocuparia um pequeno grid de 3×3 pixels nas imagens obtidas, e o processo de varredura está sendo totalmente manual. Eles tentam encontrar a sonda em alguma imagem a fim de tentar determinar o que está à sua volta, que tipo de iluminação ela está recebendo e também quanta energia pode ser recebida pelos painéis solares.

É um processo inteiramente manual, porque a paisagem complexa e bizarra do cometa 67P desafia qualquer tipo de busca automatizada. Nós não temos um algoritmo para isso“, disse Holger Sierks, o responsável pela câmera.

Sonda Philae
Primeira panorâmica da superfície do cometa

Os cientistas da ESA devem estar agora em meio a um grande dilema, pois “correr” em busca de dados, utilizando os sistemas da sonda, fatalmente fará com que sua energia se esgote mais rapidamente. Entretanto, simplesmente não fazer nada também não é uma boa opção, lembrando também que até mesmo o processo de movimentar o veículo, além de perigoso, também gasta energia.

De qualquer forma, vamos torcer para que as informações obtidas ajudem os cientistas em sua busca pelas origens da vida na terra, incluindo a confirmação ou não de que os cometas foram os responsáveis por trazer moléculas orgânicas e água ao nosso pequeno “planetinha azul”.